Em algum momento da sua vida, você já sentiu que, de repente, surgiu dentro de você uma forte vontade de mudar, jogar tudo pro alto, reinventar, criar uma nova personalidade, desacelerar ou recomeçar? Como se houvesse algo maior se movimentando ao seu favor, de dentro para fora, um compasso incrível que orienta onde e quando agir. Ou mesmo que você não consiga acessar essas orientações, mas, sente algo pulsando por dentro e junto a necessidade de tomar novas decisões?
Esses movimentos não são meras coincidências, na verdade, fazem parte de ritmos completamente naturais para todos os seres humanos – ciclos de vida, energias lunares, numerologias – que, quando compreendidos, podem se tornar uma poderosa ferramenta de clareza e transformação. Hoje, falaremos sobre os ciclos da vida segundo Rudolf Steiner (que você vai conhecer melhor ao longo do conteúdo). Vamos mergulhar juntas nesse conhecimento? Boa leitura!
Os ciclos de 7 anos: capítulos de vida com propósito
Lá no início do século XX, um filósofo e vidente chamado Rudolf Steiner, deu luz ao seu próprio mapa da vida e revelou algumas lições e aspectos importantes que devemos reconhecer e, principalmente, dominar durante nosso processo de autodesenvolvimento. Rudolf, dividiu esse mapa em 10 ciclos que toda pessoa enfrenta – e cada um desses ciclos, oferece os respectivos desafios e recompensas. A ideia aqui, é ter conhecimento e encarar esses movimentos com sinceridade, coragem e acolhimento, sabendo que essas mudanças trazem desenvolvimento psicológico e espiritual.
Esses ciclos são conhecidos como Teoria dos Setênios, dividindo os ciclos da vida em 7 anos e se subdividindo em 3 grandes fases. Olha só!
1. Os setênios do corpo, de 0 a 21 anos, focam no desenvolvimento físico e formação da personalidade.
2. Os setênios da alma, de 21 a 42 anos, buscam pela inserção social e escolhas pessoais.
3. Os setênios do espírito, a partir dos 42 anos, desenvolve espiritualidade, sabedoria e maturidade.
Essas três grandes fases também têm divisões entre si – e é aqui que tudo começa a ficar ainda mais interessante para você. No fim das contas, temos 10 setênios totais e em cada um deles, temos um objetivo. Eu vou explicar cada um deles para você!
1º setênio – de 0 a 7 anos: o sopro da autonomia
Nos primeiros anos da nossa vida, vivemos quase que como uma extensão da nossa mãe: é como se o cordão invisível que nos liga a ela ainda estivesse 100% ativo, alimentando nossas necessidades emocionais e físicas, mas, à medida que o corpo vai se fortalecendo e começamos a engatinhar, andar e explorar por conta própria, também surge o impulso da autonomia. Nesses anos, a individualidade se mostra forte, por meio das birras, teimosias e desejos próprios que exigem reconhecimento.
Esse é, definitivamente, o momento em que a alma está se encarnando no corpo, ocupando seu espaço, firmando sua presença e é lindo de se ver, não é? Quando os primeiros dentes nascem, quando entramos na escola, quando criamos os primeiros vínculos sociais – isso tudo, anuncia que já não somos mais parte da mãe, mas um indivíduo único em construção, pronto para experimentar a vida com nossas próprias percepções.
2º setênio – de 7 a 14 anos: o despertar da vitalidade
Quando o segundo ciclo se inicia, nos confrontamos com a própria força vital: é a fase em que o corpo se fortalece ao mesmo tempo em que enfrenta febres, doenças e pequenos desafios físicos que testam nossa resistência. Cada uma dessas separações atua como um rito de passagem, uma prova de que a vida merece ser afirmada e vivida.
Por isso, é neste momento que a energia vital se ancora com firmeza no corpo físico, preparando o terreno para a puberdade. Os jogos, a socialização intensa, a construção de valores e o contato com as primeiras responsabilidades escolares nos dão um senso maior de pertencimento e impacto ao mundo. Começamos a perceber que não somos somente filhas ou filhos de alguém, mas parte de uma comunidade, com desejos e vontades próprias.
3º setênio – de 14 a 21 anos: a erupção da juventude
Todas nós sabemos que a adolescência é o terreno fértil da intensidade: as emoções se tornam cavalos selvagens difíceis de se domar, os hormônios vivem em ebulição, as paixões são arrebatadoras, as opiniões das amizades são mais importantes do que qualquer outra e os desfechos são mega dramáticos. Absolutamente tudo parece ter proporções maiores do que a realidade, porque dentro de nós, é assim que tudo reverbera. É o tempo do tudo ou nada, em que o coração se lança sem nenhum cálculo ou estratégia, buscando aprender somente através da experiência – e, diversas vezes, pelo erro. Quem nunca, né?!
Esse é o período em que o corpo astral (a camada energética das emoções) se manifesta com mais força. Ainda estamos aprendendo a integrar razão e instinto e por isso, o caos parece nos governar, mas, na verdade, é uma travessia necessária: estamos nos descobrindo como seres que sentem, buscam e desejam, mesmo sem saber para onde direcionar toda essa força.
4º setênio – de 21 a 28 anos: a expansão da responsabilidade
Chegar aos vinte e poucos anos é experimentar a sensação da invencibilidade: é a época que temos energia em abundância e nosso corpo está no auge da coragem para arriscar e, muitas vezes, carregados de uma pitada de arrogância juvenil. Aquela famosa sensação de que já sabemos de tudo e não há nada que nos abale. Essa fase da experimentação de carreiras, relacionamentos, escolhas ousadas está muito presente no nosso dia a dia.
Mas, pouco a pouco, a vida vai pedindo mais seriedade e tudo vai se transformando: o protocolo de casamentos, filhos, compromissos profissionais… as responsabilidades que a sociedade nos impõe chegam e nos obrigam a desenvolver um olhar mais maduro para vida. É como se o fogo da juventude começasse a ser moldado para uma personalidade duradoura. É exatamente nesse momento que muitos de nós, descobrimos vocações, talentos adormecidos e paixões que realmente fazem sentido. Ainda há ousadia, mas também começa a surgir a noção de que não vivemos apenas para nós mesmos.
5º setênio – de 28 a 35 anos: os talentos em ascensão
Neste ciclo, o corpo oferece uma base mais sólida e confiável para buscarmos voos mais altos: é a época da ambição, de canalizar talentos e de transformar potenciais em realizações concretas. E, aqui, pode ter certeza do que estou falando porque estou exatamente nesse momento com meus amáveis 33 anos, rs.
É muito comum que surja uma fome de aprender, buscar especializações, encontrar um lugar único no mundo, porque queremos nos destacar, conquistar mais espaço, afirmar nossa individualidade e autenticidade. Ao mesmo tempo, esse período nos desafia a olhar além da competição e a perceber a complexidade que carregam as relações humanas (e como!!!). É como se fôssemos os cavaleiros: temos o cavalo da vitalidade à nossa disposição, mas precisamos guiar com propósito e uma visão apurada, olhando também para o que aparece em nosso caminho.
6º setênio – de 35 a 42 anos: a poda que te fortalece
Esse ciclo chega com alguns desafios que parecem nos cortar em alguns ramos: dificuldades financeiras, crises conjugais, doenças inesperadas e até decepções profissionais e, aquela sensação de queda pode parecer mais intensa do que gostaríamos – mas é justamente aqui, que nossa alma se fortalece. Assim como uma planta que é podada para florescer com raízes mais fortes, nós também somos chamados a redefinir rotas.
É um período que nos convida à olhar para espiritualidade, à reflexão profunda sobre o que realmente sustenta nossa felicidade, por isso, o ego que antes se nutria de conquistas materiais começa a perceber que há algo maior e o espírito pede passagem. É o momento de aceitar que a vida não se trata apenas de sucesso externo, mas, principalmente, de alinhamento interno. Você está se identificando com essa realidade?!
7º setênio – de 42 a 49 anos: a busca pela alma
A partir dos 40 anos, construímos bases sólidas, consolidamos nossas carreiras e muitos veem os filhos partirem de casa – o que também pode indicar uma ruptura emocional – mas, sentimos que algo novo se aproxima: um chamado para olhar a vida de forma mais ampla e humanitária, mas essencialmente, voltada para nós mesmos.
Nesse ciclo a criatividade floresce e a intuição começa a se tornar um guia, pois começamos a visualizar com mais clareza o que valorizamos demais e o que deixamos de lado. É aqui, que muitos também se envolvem em causas sociais, comunitárias ou espirituais, colocando a serviço do mundo a sabedoria que conquistaram durante sua vida.
8º setênio – de 49 a 56 anos: a maturidade em ação
Entrar nos 50 é sentir a potência da experiência acumulada e sua fase de maestria: já conhecemos vitórias e fracassos, e isso nos dá senso de perspectiva, sabedoria e percepções particulares e muito valiosas. Se o cuidado com a saúde e o cultivo espiritual estiverem presentes, esse é o momento em que podemos nos tornar aquilo que sempre aspiramos ser.
Agora, mais do que nunca, surge a oportunidade de inspirar e liderar, seja na família, no trabalho ou na comunidade em que atuamos. É o tempo de colocar em prática uma visão mais robusta, de ensinar pelo exemplo e de viver com a autenticidade desejada.
9º setênio – de 56 a 63 anos: a encruzilhada da missão
Para quem caminhou com consciência, a intuição se fortalece como uma bússola confiável, indicando caminhos claros para concretizar a missão de vida – é como se o coração assumisse o comando da vida, trazendo serenidade.
No entanto, para quem negligenciou os pedidos da alma, esse ciclo pode chegar com crises e incertezas, e a vida, naturalmente, pode fazer um chamado para reavaliar, repensar e voltar ao que é essencial. A encruzilhada se abre e é preciso decidir se vai continuar vivendo no piloto automático, ou assumir, de vez, o caminho da espiritualidade e do sentido.
10º setênio – de 63 a 70 anos: a colheita e a partilha
Essa é a fase da colheita: é tempo de retribuir ao mundo tudo o que foi aprendido, de oferecer sabedoria e inspiração, com uma energia mais tranquila e poder de experiência imenso. Um verdadeiro ciclo de presença amorosa e de conexão com o coletivo, não mais pelas lutas do dia a dia, mas pelo desejo genuíno de servir e inspirar.
E como fazer com tudo isso?
1) Planeje suas mudanças: se você está no final de um ciclo de 7 anos, é um momento propício para iniciar transformações na carreira, caminhos espirituais e novas perspectivas.
2) Ajuste seu ritmo diário e emocional: observe o ciclo lunar e respeite sua energia plantando intenções na Lua Nova, expandindo na Lua Crescente, colhendo na Lua Cheia e revisando os planos na Lua Minguante.
3) Viva com mais autoconhecimento: acompanhe as fases da vida que se aproximam e se organize com calma, entendendo os ciclos da vida.
4) Organize seu tempo de vida com uma agenda cósmica: unifique espiritualidade com planejamento realista e sinta mais tranquilidade ao tomar decisões.
O que podemos entender de todo este conteúdo?
Depois de entendermos os padrões de comportamento segundo a Teoria dos Setênios, proposta por Rudolf, conseguimos nos tranquilizar em relação a alguns desafios enfrentados, sabendo que a vida está apenas seguindo seu fluxo e movimento natural, por isso, é importante entender: qual ciclo você vive hoje?
Como você encara os obstáculos e celebra suas conquistas? Será mesmo que o que você está buscando está alinhado com quem deseja se tornar? Essas são algumas das diversas perguntas que surgem durante nosso processo de vida e, que precisamos dar a devida atenção para direcionar nossos passos com mais intenção.
Há bênçãos em todas as fases da vida e é por isso que não precisamos nos desesperar diante das nossas escolhas. O que realmente devemos fazer é ouvir nossos desejos com todo o coração, entendendo que os ganhos e consequências serão vividos por nós mesmos. Somente com esse entendimento, podemos despertar para o que realmente importa: o que EU desejo viver durante a minha existência?
Podemos viver alguns desafios do 7º setênio no 5º setênio, mas nunca adiantar as experiências. Portanto, respire e se acalme, ainda há muito o que viver – e a qualidade dessa experiência é você quem cria. Eu posso te ajudar nessa jornada. Agende uma sessão!
