Eu nunca imaginei que seria terapeuta espiritualista – e talvez esse não seja exatamente o começo que você esperava para um conteúdo contando sobre a minha jornada – mas, você vai entender como tudo isso aconteceu.
A vida, com sua forma ousada e surpreendente de conduzir caminhos, me mostrou que crises podem se tornar verdadeiros portais de autoconhecimento e que quedas podem ser convites para o renascimento.
Hoje, quando olho para trás, vejo que a minha história não é apenas sobre carreira ou escolhas profissionais – esse é apenas um dos meios que eu encontrei para embarcar em uma trajetória muito mais profunda.
Muito mais que mundo corporativo ou ganhos financeiros, a minha jornada está diretamente ligada à minha coragem de atravessar as sombras, de me perder e ainda assim, ter a ousadia de me reencontrar. Eu sinto que existe uma chama que vive acesa no meu peito e não se apaga nem com ventania e tempestade “brava”.
Hoje, eu vou te contar um pouco mais sobre como eu cheguei até aqui e sabendo mais sobre mim, você vai entender porque também decidiu visitar o meu site. Boa leitura, minha deusa!

O início: a crise que me virou do avesso
Em 2016, lá pelos meus 24 anos, eu vivia tudo aquilo que me disseram sobre o que era a felicidade: trabalhava em uma emissora de televisão, estava muito bem financeiramente, frequentava diversas festas bombadas, tinha um leque incrível de amigos, viajava muito… mas, mesmo com tudo isso indo “de vento em polpa”, por dentro, parecia que estava tudo completamente fora do lugar.
Para mim, essa sensação reverberou em algumas crises de ansiedade que chegaram como um grande alerta. Eu me perguntava “se conquistei tudo o que deveria me trazer alegria, por que ainda me sinto tão infeliz?” E foi exatamente nesse período que comecei a buscar mais respostas.
Viajei para a Tailândia e Indonésia e conheci pessoas vivendo de um jeito totalmente diferente do que eu conhecia no Brasil. Quando voltei, pensei inclusive que eu não estava feliz por conta do lugar que eu estava morando, então decidi expandir meus horizontes e ir embora. Mas antes, me aproximei da astrologia, frequentei centros espíritas, fiz cursos de reiki e me conectei com atividades que nunca tinha conhecido.
Depois disso, decidi ir para Barcelona e mesmo com essa conexão já instaurada com o Reiki e comentários de pessoas próximas falando sobre minha boa energia, eu ainda não me via trabalhando com espiritualidade – no entanto, pequenas sementes já estavam sendo plantadas.
A virada: encontros que mudaram meu destino
Já morando em Barcelona, em 2018, participei de um trabalho voluntário na África, com um grupo de mulheres, e foi ali que vivi experiências que me marcaram profundamente: além do serviço que eu fiz em um orfanato, conheci uma profissional maravilhosa e tive contato com a astrocartografia pela primeira vez – uma vertente da astrologia que mostra como você pode ativar certas questões do seu mapa, em diferentes lugares do mundo, explorando essas culturas e ativando determinadas características em você.
Podemos chamar de destino, ou coincidência, mas, a partir da minha leitura, percebemos uma linha muito forte de transformação em Gana, que, curiosamente, era exatamente o lugar em que estávamos. Além disso, outro ponto me chamou bastante atenção (e agora, parando para pensar, consigo entender que realmente, absolutamente tudo está conectado): dividi o quarto com uma colega que aplicava a técnica de Thetahealing e logo percebi como aquilo se conectava ao Reiki, que eu já praticava.
Pouco tempo depois, uma formação de Thetahealing chegou até mim quase como um sinal. O valor do curso era exatamente o mesmo valor que eu havia recebido de presente do meu pai quando fiz aniversário. E quando o Universo grita não tem como não escutar, né menina? Fiz a formação, e naquele momento, minha vida mudou.
Um salto de fé e de identificação
Agosto sempre foi um mês marcante na minha vida, mas em 2019 eu decidi dar um passo muito importante, que eu chamo carinhosamente de “salto de fé” (mas, sem salto). Eu deixei meu emprego formal, usei o seguro-desemprego como base temporária e comecei a atender como terapeuta espiritualista online e em Barcelona. Mas, como a vida não dá trégua, logo em 2020, a pandemia bateu à porta, o dinheiro acabou, os atendimentos ainda eram poucos e eu precisei voltar pro meu país.
Foi muito difícil aceitar aquela ruptura naquele momento, principalmente porque eu realmente não estava 100% pronta para retornar, mas hoje sei que esse movimento foi muito necessário e que essa volta me deu tempo, estrutura e principalmente clientes que precisavam de apoio em meio ao caos da pandemia que estávamos vivendo. Servir naquele período me mostrou que eu realmente estava no caminho certo.
O gostoso desafio de ser quem eu sou
Mesmo assim, eu me sentia desconfortável com a ideia de me encaixar em algum estereótipo novamente. Eu sempre fui comunicativa, expansiva, com risada escandalosa, extrovertida e acreditava que, para ser respeitada como terapeuta espiritualista, eu precisava ser calma, silenciosa, etérea, serena e isso me incomodava profundamente.
Eu amo conduzir meditações, usar minha voz para guiar as pessoas pelo caminho da cura, mas essa não é a totalidade de quem eu sou – e quando eu respeitei e entendi esse sentimento, para não me aprisionar em um papel que não me representava, busquei outras formas de trabalhar autoconhecimento.
Foi assim que, em 2021, abri uma empresa de comunicação consciente com a minha amiga. Ali percebi que podia unir espiritualidade, consciência e trabalho, sem abrir mão da minha autenticidade. Foi um período muito interessante para o meu crescimento, viajava para São Paulo com projetos corporativos, mas ainda assim, não me sentia totalmente identificada, por isso, em um determinado momento, preferi deixar essa marca ser conduzida pela minha amiga – que inclusive arrasa até hoje na Ayla Comunicação.
Entre quedas, reencontros e aprendizados
Entre 2022 e 2023 vivi um período intenso de muita busca, tentativa, erro, busca, tentativa, erro, busca, tentativa… até que publiquei um conteúdo sobre a cabana, a casa onde morei, cresci e expandi em Florianópolis, no meio da floresta (literalmente), e acabei viralizando nas redes sociais – o que confundiu um pouco a minha mente.
Por alguns meses, me deixei levar pelo ego, acreditando que bastava lançar infoprodutos e tudo daria certo. Aparentemente, era um sucesso – mas dentro de mim, eu sabia que havia me afastado do meu propósito.
Nessa onda de novidades, decidi um sonho que o digital vende: viver como nômade. Mas logo descobri que a vida que tanto romantizamos na internet é cheia de perrengues invisíveis – e isso ninguém mostra. Entre viagens e quedas, percebi que a felicidade não estava no número de seguidores, quantidade de likes ou deslocamentos infinitos para novos ambientes. A verdadeira alegria eu encontrava quando estive em vilarejos na Itália, na cabana no maio do mato, até mesmo no apê de 40m2, vivendo de forma simples, anônima, autêntica e presente.
Foi nesse contraste que eu me reencontrei.
Meu momento de renascimento
Hoje, eu defino meus últimos anos em ciclos: 2023 foi a falsa ascensão, 2024 a queda, o início de 2025 a minha morte simbólica e agora, em agosto de 2025, vivo o meu renascimento.
Cheguei a esse ponto com mais maturidade, consciência e clareza do meu propósito: sei que não sou apenas uma terapeuta espiritualista. Sou uma mulher humana, intensa, espiritualizada, responsável e aventureira e é dessa posição que posso inspirar e guiar outras mulheres em suas próprias jornadas de vida, porque sei exatamente qual é a sensação de se sentir perdida e desejar, incansavelmente, o encontro comigo mesma.
Se há algo que a minha história pode ensinar é que não existe um caminho reto para o autoconhecimento, às vezes, a gente precisa se perder completamente para se reencontrar – e, às vezes, não.
Aprendi que não preciso (e nem quero) caber em rótulos. Eu posso rir alto, ser expansiva, amar o palco, usar minha voz para ser ouvida e, ainda assim, mergulhar fundo em processos espirituais e rituais sagrados. Posso ser estratégica e intuitiva ao mesmo tempo – como explica a lei do gênero – Posso me reinventar quantas vezes forem necessárias, porque cada poda também carrega em si a semente de um novo começo muito mais fortalecido.
Hoje, me vejo como a mulher que outras mulheres desejam se conectar: leve, mas decidida; intensa, mas presente; aventureira, mas responsável; bem-vivida, mas espiritualizada. Sou feita de paradoxos, de tentativas, de erros e acertos e é justamente isso que me torna capaz de inspirar outras deusas.
Minha jornada não é um roteiro pronto, mas um convite: que você também se permite atravessar suas sombras, reconhecer seus ciclos e viver o seu próprio renascimento. Vamos comigo nessa?!


